Você está em Blog > Saúde e Prevenção > Dando voz à inclusão
Dando voz à inclusão
10/11/2021 |
Em 1986, a atriz Marlee Matlin, ganhou o Oscar da Academia do Cinema Americano pela sua atuação no aclamado, “Filhos do Silêncio''. Baseado no sucesso da Broadway, conta a história de amor de John Leeds (William Hurt), um professor de deficientes idealista e uma decidida moça surda, chamada Sarah (Marlee Matlin).
No ano de 2021 o “O Som do Silêncio” (2020) (Sound of Metal), recebeu seis indicações para o Oscar, trazendo para as telas, mais uma vez, o tema da surdez. O filme narra a virada na vida de Ruben (Riz Ahmed), que diferente de Sarah, em Filhos do Silêncio, passa pela perda repentina da audição.
Ambos apontam os desafios de seus personagens, de Sarah (em Filhos do Silêncio) que nasceu surda e luta pela inclusão em uma sociedade cheia de limitações da década de 1980 e de Rubem (O Som do Silêncio) que passa pela adaptação a uma nova realidade, mas incentivado por uma comunidade surda unida.
No dia 10 de novembro é celebrado o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez. Esses filmes, produzidos em um intervalo de 34 anos, nos levam a refletir sobre como a sociedade tem lidado com o tema ao longo do tempo e se, realmente, estamos evoluindo em termos de inclusão.
A data é símbolo de luta pela educação, conscientização e prevenção para os problemas resultados da surdez, junto à população brasileira. Hoje no país vivem, aproximadamente, 5,8 milhões de pessoas com algum grau de surdez – nome dado à impossibilidade ou dificuldade de ouvir.
Um marco para a comunidade surda brasileira, foi o reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação e expressão e determinar o apoio na sua difusão e uso pelo poder público. Na comunicação por Libras é utilizada a ‘datilologia’ – um sistema de representação simbólica das letras do alfabeto, soletradas com as mãos. Nessa linguagem existem sinais para quase todas as palavras conhecidas e, para a execução dos sinais, usa-se o movimento das mãos, além das expressões facial e corporal, quando necessário.
A língua de sinais não é universal, sendo diferente de um país para outro e muitas vezes de uma cidade para outra, pois sofre variações de acordo com as peculiaridades regionais.
Fatores
Os filmes Filhos de Silêncio e O Som do Silêncio mostram que a surdez pode ser causada por fatores genéticos ou externos, que são:
– nascimento prematuro;
– baixo peso ao nascer;
– uso de antibióticos tóxicos ao ouvido e de diuréticos no berçário;
– infecções congênitas, principalmente, sífilis, toxoplasmose e rubéola.
Outras causas:
A surdez de condução, por exemplo, é provocada pelo acúmulo de cera de ouvido, infecções (otite) ou imobilização de um ou mais ossos do ouvido. O tratamento é feito com medicamentos ou cirurgias;
A surdez de cóclea ou nervo auditivo: desencadeada por viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, exposição ao ruído de alta intensidade, presbiacusia (perda da audição provocada pela idade), traumas na cabeça, defeitos congênitos, alergias, problemas metabólicos, tumores. O tratamento, de acordo com cada caso, é feito com medicamentos, cirurgias, uso de aparelho.
Prevenção
Gestantes:
- Doenças como sífilis, rubéola e toxoplasmose podem provocar a surdez nas crianças. Por isso, faz-se necessária a orientação médica pré-natal. - Mulheres devem tomar a vacina contra a rubéola antes da adolescência, para que durante a gravidez estejam protegidas;
Crianças:
- Teste da orelhinha: exame feito nos recém-nascidos que permite verificar a presença de anormalidades auditivas;
- Objetos pontiagudos, como canetas e grampos, se introduzidos nos ouvidos, podem causar sérias lesões;
- Atraso no desenvolvimento da fala das crianças pode indicar problemas auditivos, sendo motivo para uma consulta com um médico especialista;
Trabalhadores:
- Uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais provocados pelo ruído;
- Acompanhamento da saúde auditiva, por parte das empresas, com o propósito de eliminar ou reduzir o ruído no ambiente.
Fontes:
Núcleo de Inclusão e Acessibilidade da UFRGS
Surdo Cidadão
Compartilhe com os amigos!