O uso de telas tornou-se uma parte essencial de nossas vidas, com smartphones, tablets, computadores e televisões dominando nosso dia a dia. Embora a tecnologia tenha trazido inúmeros benefícios, o uso excessivo de telas pode ter impactos negativos significativos na saúde, especialmente na saúde mental e cognitiva.
A prática do tempo offline, hoje, é um dos maiores desafios para todos nós, mas, principalmente, na rotina com crianças, afinal, o cérebro infantil ainda está em desenvolvimento e pode sofrer com as horas contínuas de telas. Conheça os principais impactos e veja dicas práticas de como melhorar a relação com as telas na sua rotina.
Saúde mental e cognitiva das crianças
O uso excessivo de telas entre crianças está crescendo rapidamente. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças de 2 a 5 anos devem passar no máximo uma hora por dia em frente a telas, enquanto aquelas com menos de 2 anos não devem ter nenhum tempo de tela. No entanto, um estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) revelou que cerca de 70% das crianças brasileiras de 2 a 5 anos ultrapassam esse limite.
Principais impactos:
- Desenvolvimento cognitivo: o excesso de tempo em frente às telas pode prejudicar o desenvolvimento cognitivo das crianças, afetando habilidades como atenção, memória e linguagem.
- Problemas de sono: a exposição à luz azul das telas antes de dormir pode interferir na produção de melatonina, levando a distúrbios do sono.
- Saúde mental: alguns estudos apontam que o uso excessivo de telas está associado a um aumento de sintomas de ansiedade e depressão em crianças.
Dicas práticas:
- Estabeleça limites claros: defina e mantenha limites de tempo diários para o uso de telas de acordo com as diretrizes da SBP.
- Envolva a criança em atividades offline: incentive atividades que não envolvam telas, como leitura, jogos de tabuleiro, esportes e brincadeiras ao ar livre.
- Modele comportamentos saudáveis: demonstre bons hábitos de uso de telas. As crianças tendem a imitar o comportamento dos pais.
Os adultos não ficam para trás
Os adultos também estão passando cada vez mais tempo em frente às telas. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), os brasileiros passam, em média, 9 horas e 14 minutos por dia usando dispositivos eletrônicos, um número acima da média global de 6 horas e 42 minutos, segundo o relatório Digital 2021 da We Are Social e Hootsuite.
Principais impactos:
- Saúde mental: o uso excessivo de telas está correlacionado com níveis mais altos de ansiedade, depressão e estresse.
- Desempenho cognitivo: a multitarefa digital pode reduzir a capacidade de concentração e afetar a memória de trabalho.
- Problemas de sono: assim como em crianças, a exposição à luz azul das telas pode interferir no sono dos adultos, levando a insônia e outros distúrbios do sono.
Dicas práticas:
- Pratique a regra 20-20-20: a cada 20 minutos, faça uma pausa de 20 segundos e olhe para algo a 20 pés (6 metros) de distância para reduzir a fadiga ocular.
- Estabeleça zonas livres de telas: designar áreas e horários específicos sem telas, como durante refeições e antes de dormir, pode ajudar a reduzir a exposição excessiva.
- Engaje-se em atividades físicas e sociais: equilibrar o tempo de tela com exercícios físicos e interações sociais face a face ajuda a não extrapolar.
O uso excessivo de telas é uma realidade moderna que traz desafios significativos para a saúde e para as relações. Ao estabelecer limites claros, promover atividades alternativas e modelar comportamentos saudáveis, é possível minimizar os impactos negativos e promover um equilíbrio mais saudável entre o uso da tecnologia e o bem-estar.