O autoconhecimento para transformar o mundo

Reconhecer que as mulheres são minoria em setores decisivos da sociedade, como o da política, as causas pelas quais ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país (IBGE/2018), e que permanece a crença de que cuidado com a casa e com os filhos é um dever feminino, é imprescindível para avançarmos quanto sociedade. As consequências da falta de entendimento sobre a igualdade de gênero e, muitas vezes, a exaltação da supremacia masculina, sentimento de posse, controle do corpo feminino, estão nos índices elevados de feminicídio. O Brasil teve um aumento de 7,3% nos casos de feminicídio em 2019 em comparação com 2018. São 1.314 mulheres mortas pelo fato de serem mulheres – uma a cada 7 horas, em média.

Em contrapartida à luta externa por uma sociedade onde homens e mulheres sejam respeitados em sua plenitude de direitos civis e humanos, está a luta interna traçada por gerações de mulheres. São questões particulares como decisões sobre o casamento, a maternidade, o trabalho, que cabem unicamente a elas, porém sofrem com a influência de uma sociedade que as submete à sua visão ainda patriarcal.

O empoderamento feminino, palavra do momento, as desafia todos os dias para que sejam ultrapassadas as barreiras da desigualdade. Mas para “empoderar-se” é preciso se conhecer. O autoconhecimento é a palavra-chave para a plenitude, seja feminina ou masculina. Ao sabermos quem somos, estimulamos o amor próprio e superamos as barreiras da opinião social, nos aceitando, sem nos submetermos a índices de inferioridade, pois acreditamos em nossas capacidades. É assim que elevamos o nosso potencial humano em amar o próximo. No momento em que nos conhecemos, procuramos nos tornar pessoas melhores, desenvolvendo sentimentos como a solidariedade. Desta forma, voltaremos o nosso olhar às questões que vão além do eu, como a de reconhecer que o mundo abriga desigualdades e que somos capazes de transformá-lo. 

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