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Respire fundo - desafie-se a cuidar da sua saúde mental
11/01/2021 |
Em tempos de pandemia muito tem se falado em saúde mental. Em meio ao isolamento social, e uma gama de informações desencontradas, o dia a dia dos brasileiros têm sido permeado por sentimentos como insegurança, medos e angústias. Conforme pesquisa coordenada pela Fiocruz no início da pandemia no Brasil e na Espanha, 47,3% dos trabalhadores de serviços essenciais sofrem ansiedade e depressão, 44,3% têm abusado de bebidas alcóolicas, 42,9% sofrem mudanças nos hábitos de sono. Esses resultados demonstram o quanto a pandemia têm afetado a saúde mental da população.
A terapeuta ocupacional, Claudia Collar, mestre em reabilitação e inclusão, explica que saúde mental, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é como um estado de bem-estar no qual o indivíduo exprime suas capacidades para enfrentar estressores da vida. Segundo ela, em 2004, os pesquisadores Herrman, Saxena, Moodie & Walker, descreviam saúde mental como parte integral da saúde, estando intimamente ligada com a saúde física e com o comportamento.
As consequências da pandemia, além do medo de contaminação, o desemprego e redução de salários, são identificadas como maiores estressores à saúde mental da população. Trata-se da exposição a um ambiente de incertezas, de pessoas contaminadas e de mortes. “São vários os desafios a serem enfrentados”, diz a terapeuta ocupacional. Porém, a mudança de rotina tem uma contribuição enorme na composição de um ambiente de estresse. “São filhos em casa, trabalho em casa, e a maioria das famílias com todos os membros em casa. Uma rotina completamente alterada, papéis ocupacionais (de mãe, dona de casa, mulher, marido, pai, filho, irmãos, entre outros) tudo retratando o estado de saúde mental das pessoas”, ressalta.
Mas, de acordo com a terapeuta ocupacional, cada indivíduo enfrenta as situações de uma forma, o que vai influenciar na saúde mental de cada um de uma maneira. “São os nossos recursos mentais, como inteligência emocional, resiliência e coping”, explica. Conforme Cláudia Collar esses recursos estão relacionados a quem somos e é neste ponto que está o grande desafio: “olhar para quem somos, como pensamos, quais são os nossos medos, como nos relacionamos, se levamos a sério ou não o nosso desenvolvimento, se estamos ou não comprometidos com nossa evolução, com nossos pares, sejam estes familiares de convivência direta ou os mais distantes, entre outras relações”. Ela destaca que o vírus nos obrigou a olhar as nossas vidas, mas ele não pode dizer quais nossas escolhas.
E neste Janeiro Branco, data em que se destaca a conscientização sobre a saúde mental, a terapeuta ocupacional dá algumas dicas importantes para lidarmos com as situações e para atravessarmos este período com tranquilidade e seguros.
Dicas:
- O cuidado com a contaminação é para me preservar e a todos que estão a volta, assim o uso correto da máscara, a higiene das mãos o álcool gel, são muito importantes, assim meio caminho;
- Não aglomerar, continua sendo essencial, pois o vírus não dará trégua porque é verão;
- Se a pessoa sabe que é ansiosa e está fazendo sua parte se cuidando, sugiro não ficar olhando noticiário;
- Explique para as crianças porque esse ano as festas e férias serão diferentes, usem a tecnologia para reuniões familiares;
- Se sou meio desligado e não acredito muito no que estão falando, devo buscar nos noticiários as informações para me convencer (que além de mim, tenho que proteger as pessoas);
- Como muitas pessoas estão em casa, a organização desta rotina é muito importante. As crianças podem ter mais dificuldades nesse entendimento, então faça combinações claras (como horário da aula, das tarefas, de brincar). Além disso, organize um tempo seu (pai e mãe), horário do trabalho, da organização da casa, de dar atenção aos filhos, pros bichos de estimação, para se cuidar, para fazer atividades de prazer. Divida as tarefas, mesmo com os pequenos que podem ter compromissos compatíveis com sua idade.
- Se você sentir muita dificuldade, nestas vivências todas talvez seja o momento de olhar para você de uma forma diferente e investir em profissionais que possam o ajudar. A Terapia Ocupacional é um ótimo aliado para ajudar as pessoas a se apropriarem de seus papéis ocupacionais (mãe, pai, trabalhador, filha, dona de casa, educadora, entre tantos) sejam estes quais forem.
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