Abril Azul é muito mais do que uma campanha: é um convite à empatia, à informação e à ação. Criado para ampliar a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), esse movimento reforça a importância de desmistificar ideias ultrapassadas, combater o preconceito e construir uma sociedade verdadeiramente inclusiva.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 1 em cada 100 crianças no mundo esteja dentro do espectro autista. No Brasil, a estimativa gira em torno de 2 milhões de pessoas com TEA, segundo dados do Ministério da Saúde. Apesar da prevalência, ainda há grande desinformação sobre o tema, o que impacta diretamente o acesso à saúde, educação, trabalho e ao convívio social dessas pessoas.
O que é o transtorno do espectro autista (TEA)?
O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada por diferenças na comunicação, interação social e padrões de comportamento. O espectro é amplo, o que significa que cada pessoa autista é única e apresenta suas próprias características, níveis de suporte e formas de perceber o mundo.
Alguns sinais comuns incluem:
- Dificuldades na comunicação verbal e não verbal
- Preferência por rotinas e resistência a mudanças
- Hiperfoco em interesses específicos
- Hipersensibilidade ou baixa resposta a estímulos sensoriais
Vale destacar que o diagnóstico pode ser feito em qualquer fase da vida, embora geralmente ocorra na infância. E, sim, há adultos autistas que só recebem o diagnóstico tardiamente, o que reforça a importância da informação para reconhecimento e acolhimento contínuos.
TEA é também uma pauta de saúde pública
- Pessoas com TEA muitas vezes enfrentam barreiras no acesso a serviços básicos de saúde, incluindo profissionais especializados.
- Famílias, especialmente mães cuidadoras, enfrentam cargas emocionais, físicas e financeiras intensas, o que afeta diretamente a saúde mental e social de todos os envolvidos.
- O diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo com equipes multidisciplinares (neurologistas, psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros) são essenciais para o desenvolvimento da pessoa autista.
Como promover ambientes acolhedores e inclusivos
Transformar a realidade de pessoas com TEA começa com atitudes práticas, tanto na convivência do dia a dia quanto em políticas institucionais.
Praticar a escuta ativa e sem julgamentos
Cada autista tem sua forma de se comunicar. Respeitar o tempo, os gestos e os silêncios é um passo fundamental para construir relações baseadas na empatia.
Adaptar ambientes físicos e sociais
Barulhos altos, luzes intensas ou interrupções inesperadas podem ser extremamente desconfortáveis para algumas pessoas autistas. Ambientes mais previsíveis e acessíveis favorecem o bem-estar e a participação social.
Estimular a convivência respeitosa desde a infância
A inclusão escolar é uma etapa chave para a construção de uma sociedade mais diversa e empática. Ensinar as crianças sobre o respeito às diferenças ajuda a combater o preconceito desde cedo.
Promover equidade no mercado de trabalho
A inclusão profissional de pessoas com TEA exige mais do que vagas abertas. É preciso garantir suporte, adaptações e uma cultura organizacional inclusiva, que valorize a neurodiversidade como parte da riqueza humana.
O acompanhamento da pessoa com TEA precisa ser contínuo, acessível e multidisciplinar. Garantir que a pessoa com TEA e seus familiares tenham acesso a uma rede ampla e especializada em saúde pode ampliar significativamente as possibilidades de acompanhamento especializado, terapias multidisciplinares e suporte à saúde integral — física, mental e emocional.