O câncer de próstata é o tumor mais comum entre homens com mais de 50 anos. No Brasil, é responsável por cerca de 10% de todas as mortes provocadas por câncer em pacientes do sexo masculino, ficando atrás apenas do tumor de pulmão. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 72 mil casos a cada ano do próximo triênio, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma.
Embora seja uma doença comum, por medo ou desconhecimento, a grande maioria dos homens prefere não conversar sobre esse assunto. Porém, é importante estar atento, conhecer a doença, seus sintomas e, claro, fazer o exame de próstata, o preventivo capaz de identificar alterações nas glândulas, inclusive o câncer.
Conforme a Sociedade Brasileira de Urologia, a frequência dos exames é bastante variável, podendo ser anual ou a cada 4 anos. No entanto, recomenda-se que os homens o façam periodicamente a partir dos 40 anos. Quando identificado casos na família, é essencial conversar com o médico para definir a idade a iniciar os exames, pois a hereditariedade é um dos principais fatores de risco para a doença.
Todo homem deve conhecer e entender o que é próstata. Ela é responsável pela produção dos nutrientes e fluidos que constituem o esperma. Localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto, por ela passa a uretra, detalhe que explica o motivo das alterações dificultarem para urinar.
Geralmente, essa dificuldade é causada pelo crescimento benigno da próstata, que ocorre com o avançar da idade, denominada hiperplasia prostática benigna. Saiba mais sobre a doença, os tipos de câncer de próstata, como prevenir e tratar.
O câncer de próstata
O câncer de próstata se instala numa área qualquer da glândula; conforme cresce ocupa gradativamente os lobos direito e esquerdo. Nas fases mais avançadas, chega a invadir por continuidade a cápsula que reveste o órgão, para depois chegar aos tecidos ao seu redor, incluindo as vesículas seminais.
Nos casos de tumores mais volumosos, o paciente sente dificuldade para urinar, ardor e jato urinário fraco, acorda à noite várias vezes para urinar, apresenta gotejamento de urina e, algumas vezes, queixa-se de dor e da presença de sangue na urina e no esperma. Com o tempo, as células malignas atingem os linfonodos da região, seguem pela corrente sanguínea e se espalham para outros órgãos.
Tipos de câncer de próstata
Adenocarcinomas
São responsáveis por 95% dos tumores malignos de próstata. Podem ser de baixo grau, grau intermediário e alto grau. Os de grau baixo são formados por células bem diferenciadas, que guardam certa semelhança com as células prostáticas normais. Os de alto grau são compostos de células com alto índice de proliferação, muito diferentes do tecido normal da próstata.
Tipos mais raros
Os demais 5% incluem tipos bem mais raros: carcinomas de pequenas células, sarcomas e linfomas.
Fatores de risco
Idade
No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.
Histórico de Família
Homens em que o pai ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos.
Sobrepeso e obesidade
Estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal elevado.
Sintomas
É preciso estar atento aos sinais do corpo, já que os fatores de risco não podem ser evitados e em caso de sintomas ou dúvidas, é recomendável que o paciente procure um médico especialista. Em geral, os sintomas do câncer de próstata são silenciosos e apenas são detectados após a doença estar em estágio avançado.
- Ardência ao urinar
- Jato fraco de urina
- Presença de sangue no sêmen
- Sensação de bexiga cheia mesmo após urinar
- Dor ao ejacular
- Dificuldade em manter a ereção
Prevenção
A prevenção tem base nos hábitos saudáveis, como:
- Ter uma alimentação saudável
- Manter o peso corporal adequado
- Praticar atividade física
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
- Não fumar
Tratamento
Tudo depende do estágio da doença: caso tenha se enraizado na próstata e se há ou não metástase. Se estiver somente na próstata, é realizada, via cirurgia, a retirada do tumor ou por meio de radioterapia, geralmente acompanhada de uma injeção para evitar a produção dos hormônios masculinos.
Em estágio mais avançado, em fase de metástase, não há cura e o tratamento é voltado para evitar a continuidade da doença no corpo com quimioterapia e medicamentos que proporcionem o bloqueio da produção dos hormônios masculinos.
Fontes: Instituto Nacional do Câncer (INCA) / Organização Mundial de Saúde (OMS) / Sociedade Brasileira de Urologia